quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Tatá Aeroplano lança trabalho solo


Saindo com o mesmo tempero dos últimos trabalhos do Cérebro Eletrônico, o cantor e compositor pernambucano  Tatá Aeroplano tira algumas ideias soltas do armário e mostra o seu lado mais pessoal na nova jornada em trabalho solo, já disponibilizado em seu site. Arregaçou as mangas, o que costuma ser  algo normal para alguém que não para de trabalhar - ele vive marcando shows, grava, faz participações, discoteca em festa e tem sempre o nome relacionado a algo na música por aí. Tatá nada mais fez do que aproveitar algumas letras que já tinha escrito neste último intervalo em estúdio com a banda, umas das mais lembradas do cenário alternativo brasileiro. No enredo nebuloso que cerca o álbum, a primeira mostra da mente geniosa de Tatá é a faixa abre-alas, Sartriana, música de tom levemente ácido ou talvez satírico em relação a algum perfil urbano existente. É nesta faixa que os fãs do artista verão a similaridade com o último álbum do Cérebro Eletrônico, o intitulado Deus e o Diabo no Liquidificador Deus e o Diabo no Liquidificador . O eixo de pensamento deste novo trabalho parece estar no mesmo caminho percorridos pelos temas nas faixas  Cama e Decência, contidas naquele outro.  Você pode baixar livremente o álbum aqui, ou pode também comprar o vinil, se prezar pelo som com os tradicionais ruídos e chiados, ou também o CD. A feitura do disco tem a produção dupla de Dustan Gallas e  Junior Boca, e o convite para participarem veio da experiência de saber o modo em que trabalharam juntos no disco da cantora Bárbara Eugênia. 

Capa do novo disco

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Os Chimpanzés de Goiânia

Sou uma transeunte incansável do eixo São Paulo - Goiânia (esse eixo existe pelo menos pra mim). Nas duas selvas de pedra, tenho aprendido muito sobre música, mas talvez não o bastante para taxar qualquer tipo de coisa específica. Mas sei o que me agrada: o que me agrada é o que é feito com coração - ou pelo menos oque  fica nítido ser feito. Me deparei com um exemplo de coisa que nitidamente foi feita com coração dias atrás. Em minhas andanças pela capital goiana de minha avó, a belíssima Goiânia, tive a oportunidade de conhecer um conjunto musical chamado Chimpanzés de Gaveta. Por indicação de Marcos Carneiro, amigo de infância que sempre me mostra o que de bom tem na cidade, fui em uma apresentação do sexteto no Metropolis Retrô - eles abriram para o alagoano Wado na semana passada (que eu adoro).  Foi a melhor indicação que recebi neste ano. Acredito que a fila russa que se formou na porta do local foi fruto de uma compilação de duas grandes atrações. No palco, uma boa voz de Michel Edere, que me fez depreender que eles gostam mesmo de música. Um som sincero, letras poéticas com conteúdo que me agrada. Uma guitarra muito bem solada e percussão bem executada. Encontrei uma fala deste meu amigo em algum em um site por aí, que descreve rapidamente o que seja esses primatas. 

"Para quem gosta de balançar a alma com um som animado e irreverente, o Chimpanzés De Gaveta supre todas as expectativas. Com meia década de carreira “quebrando galhos” – como os mesmos dizem -, o sexteto chegou forte no cenário musical goianiense apresentando a sua compilação de groove rock, soul music, além de se embrenharem muito bem no Samba (...) completando a sua salada sonora, além de outros ritmos dançantes bem interpretados em vários palcos da capital em apresentações cover de Tim Maia, Roberto Carlos e Jorge Ben." 


sexta-feira, 15 de junho de 2012

Caetano remasteriza o Transa


Nosso velho Caetano Veloso está em um ano de comemorações, mas não estamos falando de Natal, Páscoa ou chatice familiares afins. O artista de Santo Amaro, interior da Bahia, vai completar sete décadas de baianice em 2012 e não vai ser só ele que vai ter presentes - vide a infinda programação de shows especiais e lançamentos. Não atoa - pois estamos referindo a um dos mentores máximos da Tropicália que colocou no mundo o batuque da Música Popular Brasileira - várias homenagens estão sendo feitas pelo próprio Caê. Então tira a vitrola do armário e se prepara pra essa. Caetano foi até os estúdios Abbey Road em meados de fevereiro, aprontar pelas ruas de Londres para lembrar de seu exílio. Que nada! Quem vai querer lembrar de exílio forçado? Ele foi no famoso estúdio fazer uma remasterização do seu disco mais emblemático, o Transa. Lançado em 1972 no Rio de Janeiro, o disco conta com faixas tanto em inglês como em português e foi uma organização de vários amigos músicos, gravado em Londres. A mixagem por exemplo foi feita por Jards Macalé, um grande colega. As canções, como "Mora na Filosofia", "Triste Bahia", "Nine Out of Ten", são clássicos do artista escritas nos três anos anteriores durante seu exílio na Inglaterra, após fugir do regime da Ditadura Militar. Quer comprar essa belezinha? Vá ao site do dito cujo e desembolse $144 Lulas Brasileiras pela internet. O preço é justificado pela qualidade da remasterização do aúdio, feita em DMM (Direct Metal Mastering) pelo renomado Steve Rook, vinil importado da Alemanha e arte gráfica original. E claro pelo disco em si (estamos falando de um patrimônio histórico musical do país, meu caro.) 

Lado A

1. You Don't Know Me
2. Nine Out of Tem
3. Triste Bahia


Lado B


1. It's a Long Way
2. Mora na Filosofia
3. Neolitic Man
4. Nostalgia

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Wado, o catarinense alagoano

É de Alagoas que sai uma das produções musicais mais bem intencionadas do país. E não estamos falando do barulho das praias de Maceió. Estamos falando de Wado, que há uns dez anos promove uma salada de frutas sonora em muita casa de show Brasil a fora depois de ter mudado de Santa Catarina. Menos preocupado com o mercado do que com a forma de seu trabalho, a descentralização dos investimentos em cultura musical é o maior torpor de sua carreira. (Deve ser por isso que largou o sul e foi ano aventurar-se Nordeste). Ele já lançou seis discos independentes. O  último deles foi o Samba 808, que apesar da referência ao gêneros, ainda contém uma boa pitada de Reggae, Soul, Groove Rock, Pop, (pausa pra respirar), Afro Bit, Dub, Bossa, Chorinho, e o etc ajudaria nessa hora. Parido em meados de outubro de 2011, o disco fez um rebuliço na agenda de lançamentos do país, pela apelativa qualidade sonora do trabalho que traz onze faixas de puro alívio. Mesmo com um uso excomunal de samplers bem editados e sintetizadores de voz, as composição cheias de poesia do catarinense mescla sons naturais e muito som de corda. Sua estreia em estúdio foi em 2001, o álbum Manifesto da Arte Periférica abriu o jogo para o mundo: ele gostava do que era 'marginal'. Desse sentimento de mostra o que é menos beligerante, veio em 2002 outro disco, intitulado Cinema Auditivo colocou um tempo Hip Hop na salada já servida e o mesmo aconteceu com o A Farsa do Samba Nublado de 2004. Nesses trabalhos, um show da música afrodisíaca do mangue, fazendo uma ponto pelo oceano Atlântico entre África e América. Wado ainda lançou os álbuns Terceiro Mundo Festivo e o Atlântico Negro. Mais novo filho, o álbum Samba 808 é o auge de um cantor que se reinventa a cada trabalho realizado. Onze faixas densas e leves ao mesmo tempo. O artista não quis saber de economizar parcerias e poucas faixas não tem alguma segunda voz. O casal Marcelo Camelo e Mallu Magalhães juntos interpretam uma segunda parte da canção "Com a ponta dos Dedos", colocando os dois em uma nuvem eletrônica nunca vista antes - ainda mais juntos. Ainda se pode ouvir as vozes de Zeca Baleiro, Chico César, Fernando Anitelli entre outros do gosto de Wado. Na faixa  "Esqueleto", uma boa dupla groove com Curumin faz qualquer paralítico levantar da cadeira de rodas.  O resto, você só vai saber ouvindo.

por @Laura_Biancho

sábado, 12 de maio de 2012

Supercordas (RJ)













A banda Supercordas é um dos maiores ícones atuais da nova geração da música de Pindorama. Quem é fã da música indenpendente do país já ouviu a canção 3000 Folhas.  Nitidamente influenciado por grupos como Flaming Lips, Beatles (não me diga!)  e Pink Floyd (quem não é?) ,  Super Furry Animals.  Radicada  nas águas de praias cheias do Rio De Janeiro, o quinteto fluminense tem em sua formação Pedro Bonifrate - voz e guitarras, Filipe Giraknob –Guitarras, Digital Ameríndio -  Bateria e Kauê Ravaneda – Guitarras, vozes, baixo etc. Em um comunidade do Orkut, ferramenta na web já crucificada, achamos uma breve introdução do que seja:
Seres Verdes ao Redor, álbum de 2006

“Supercordas – Partículas atômicas com crise de  identidade,  o horizonte pelado no olho do sapo, ecos de psicodelia sessentista  fotossintetizados por   folhas de cana-de-açúcar  de uma terra  temporalmente distante.  Tudo  isso,  ou apenas uma Utopia Líquida emanada de cinco cabeças agrupadas pelo som das nuvens e paisagens úmidas e barulhentas.” Entendeu agora, não é? Claro que não. Até ouvindo é difícil entender a banda. Uso de distorções de voz tipo Dubstep, com uso afiado da microfone sampleado dão as características nebulosas da sonoridade.

Single "Mágica"


Eles lançaram dois discos, A Pior das Alergias de 2003 e o Seres Verdes ao Redor de 2006.  O primeiro muito mais rebuscado que o segundo, que possui várias faixas em doses acústicas com efeitos psicodélico-eletrônicos bem fracos. Entre estes dois trabalhos, pariram um bom EP intitulado Satélites no Bar em 2005, com quatro faixas mais progressivas e com ricos backing vocals e coros , e o single Ruradélica em 2006, que continha versões demos de músicas que saíram no último disco. Em 2008, mais um single muito bem gravado, chamado Mágica. Segundo a banda, a canção era pra ser conteúdo do próximo disco, mas eles acharam tão boa que liberaram logo pro mundo ter contato com essa belezinha. Já tocaram na metade das capitais brasileiras e deixaram saudade.  Já tocaram ao lado da Fernanda Takai (vocalista da banda Pato Fu) em 2007, durante o Circuito Cultural Banco do Brasil em São Paulo e apareceram por aí em revistas como Rolling Stone, etc.


Por @Laura_Biancho 

Lupaluna - Curitiba

Los Hermanos é uma das principais atrações 

A décima segunda edição de um dos festivais de música mais badalados do país está chegando nos dias 18 e 19 deste mês. Curitiba não vai dormir durante dois dias seguidos com tanta atração de peso no Lupaluna, que agrada gregos e troianos, além persas também. Sem apelos e escrúpulos de sonoridade, o evento investe na pluralidade de estilos e bom sensos, levando de atrações do Dubstep até as velhas caras da Música Popular Brasileira. Todos os shows vão acontecer no Bio Parque. A organização, a filial local da Rede Globo na cidade, vai disponibilizar seis palco com diferentes atrações. Estrelas internacionais como Gene Loves Jezebel, de Londres, e o discotequeiro parisiense David Dee Vision.


Feras que estão na boca do povo há décadas também comparecem, como o sempre agraciado pernambucano Lenine e Nando Reis, e algumas carinhas novas no cenário, mas que também fazem barulho na crítica pop brasileira, como Mallu Magalhães e A Banda Mais Bonita da Cidade. Nomes que estão meio sumidos do cenário brasileiro também fazem uma aparição em um dos seis palcos, é o caso do Jota Quest. O rap não deixa de comparecer e leva uma dos maiores exemplos da nova fase do estilo, o elogiado Criolo, assim também como o Projota, conhecidos de Rinhas por aí. Fazendo parte da turnê que comemorar os 15 anos de banda e a volta dela, Los Hermanos também desembarca no Bio Parque para fazer estremecer o público com seu Indie Rock bem recomendado. Tenda de discotecagens e muito mais. Os ingressos estão quase se esgotando, vendidos de R$80 a R$1200. A programação completa você vê aqui: Lupaluna 2012
















Por @Laura_Biancho


quinta-feira, 10 de maio de 2012

Maglore (BA)













Me peguei ultimamente ouvindo uns caras que fazem muito barulho, até que mais do que na Mídia musical. A banda Maglore nasceu no sempre efervescente cenário musical soteropolitano, mais facilmente identificado como âmbito de Salvador, Bahia. Ouvindo o conjunto, formado por Teago Oliveira no vocal, Léo Brandão no teclado e guitarra, Nery Leal no baixo e Igor Andrade na bateria, dá para perceber nitidamente as influências sessentistas clássicas como Beatles e Rolling Stones, em um diálogo frequente com o Rock Psicodélico tão em voga no país.

O quarteto apresenta três bons trabalhos de estúdio, que parecem muito bem gravados. Não só parecem como foram, em uma aliança com a Melody Box. O primeiro álbum de estúdio foi o Veroz, com sua capa verde marcante. Treze faixas progressivas que impressionam levando em conta ser um álbum de estreia. Boas doses de violão acústico em músicas que crescem na metada, levando uma ambientação que entrega terem sugado o Folk americano, principalmente na faixa A Sete Chaves. Quem ouve a banda, também pode lembrar bastante do The Vaccines. 

O segundo trabalho foi um B-Side com três faixas excelente, seguindo a tendência do primeiro álbum. Foi lançado no ano passado com o título Veroz, nova Edição. Também em 2011, aproveitando o embalo, lançaram o single Marcha Ré, canção com arranjos fortes de teclado sem uso e vocais limpos com letras encorajadas. Os caras chegaram forte no cenário, senão pela  originalidade, foi pela qualidade das gravações. Já realizaram shows por todo o país.


Por @Laura_Biancho