quarta-feira, 13 de junho de 2012

Wado, o catarinense alagoano

É de Alagoas que sai uma das produções musicais mais bem intencionadas do país. E não estamos falando do barulho das praias de Maceió. Estamos falando de Wado, que há uns dez anos promove uma salada de frutas sonora em muita casa de show Brasil a fora depois de ter mudado de Santa Catarina. Menos preocupado com o mercado do que com a forma de seu trabalho, a descentralização dos investimentos em cultura musical é o maior torpor de sua carreira. (Deve ser por isso que largou o sul e foi ano aventurar-se Nordeste). Ele já lançou seis discos independentes. O  último deles foi o Samba 808, que apesar da referência ao gêneros, ainda contém uma boa pitada de Reggae, Soul, Groove Rock, Pop, (pausa pra respirar), Afro Bit, Dub, Bossa, Chorinho, e o etc ajudaria nessa hora. Parido em meados de outubro de 2011, o disco fez um rebuliço na agenda de lançamentos do país, pela apelativa qualidade sonora do trabalho que traz onze faixas de puro alívio. Mesmo com um uso excomunal de samplers bem editados e sintetizadores de voz, as composição cheias de poesia do catarinense mescla sons naturais e muito som de corda. Sua estreia em estúdio foi em 2001, o álbum Manifesto da Arte Periférica abriu o jogo para o mundo: ele gostava do que era 'marginal'. Desse sentimento de mostra o que é menos beligerante, veio em 2002 outro disco, intitulado Cinema Auditivo colocou um tempo Hip Hop na salada já servida e o mesmo aconteceu com o A Farsa do Samba Nublado de 2004. Nesses trabalhos, um show da música afrodisíaca do mangue, fazendo uma ponto pelo oceano Atlântico entre África e América. Wado ainda lançou os álbuns Terceiro Mundo Festivo e o Atlântico Negro. Mais novo filho, o álbum Samba 808 é o auge de um cantor que se reinventa a cada trabalho realizado. Onze faixas densas e leves ao mesmo tempo. O artista não quis saber de economizar parcerias e poucas faixas não tem alguma segunda voz. O casal Marcelo Camelo e Mallu Magalhães juntos interpretam uma segunda parte da canção "Com a ponta dos Dedos", colocando os dois em uma nuvem eletrônica nunca vista antes - ainda mais juntos. Ainda se pode ouvir as vozes de Zeca Baleiro, Chico César, Fernando Anitelli entre outros do gosto de Wado. Na faixa  "Esqueleto", uma boa dupla groove com Curumin faz qualquer paralítico levantar da cadeira de rodas.  O resto, você só vai saber ouvindo.

por @Laura_Biancho

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